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A viola de buriti é um instrumento musical tradicional da cultura do Tocantins. Suas origens remontam a década de 40, sendo seu berço histórico a região do Jalapão (TO). Conhecida carinhosamente como ‘violinha de vereda’, esse instrumento carrega consigo a história e tradição das comunidades quilombolas do estado, sendo presente em diversas manifestações culturais, como por exemplo a Festa da Colheita do Capim Dourado (Mateiros - TO).

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Fruto do Pé de Buriti - Foto: https://feitobrasil.com/

A violinha de buriti é um instrumento cordofone artesanal típico da região central do Tocantins, com forte relação simbólica com o cenário geográfico e cultural do estado. Sua matéria-prima principal é o talo seco e maduro do buritizeiro, palmeira típica do bioma Cerrado e das regiões de vereda. Os mestres violeiros, guardiões dessa tradição, mantêm profundo respeito por esse ambiente, utilizando apenas talos cuja retirada não prejudica a palmeira.

 

Produzida, em sua maioria, pelos próprios tocadores, a violinha de buriti possui estrutura simples, leve e extremamente versátil, ideal tanto para transporte quanto para apresentações musicais. Seu corpo é formado integralmente pelo talo de buriti: duas partes menores unidas a uma maior, com o miolo retirado para criar a caixa acústica. É comum o uso de couro cru para fixar as cordas, enquanto a mão e as tarrachas são, geralmente, confeccionadas em madeira de candeia.

 

Na maioria dos casos, o instrumento possui quatro cordas de nylon de diferentes espessuras, embora existam versões com cinco cordas. A afinação mais utilizada, chamada de “natural”, segue as notas D, B, G, D, mas pode variar conforme o tamanho do instrumento, a espessura das cordas, o timbre de voz do violeiro ou o estilo musical. Diferente de outras violas, a violinha de buriti não possui trastes, característica que reforça sua singularidade no universo dos instrumentos de corda.

Viola de Buriti - Foto: Emerson Silva

Atualmente, há um processo no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) com um pedido de reconhecimento da viola de buriti como bem imaterial do Tocantins, solicitado pela Associação dos Artesãos e Extrativistas do Povoado da Mumbuca. O processo entrou em vigor em 2018, permanece em andamento, mas ainda não possui previsão de aprovação ou retorno pelo IPHAN.

 

Embora o reconhecimento oficial como patrimônio ainda não tenha sido conquistado, os mestres guardiões dessa cultura popular secular resistem mantendo a tradição da viola de buriti viva, compartilhando suas histórias e conhecimentos ancestrais.

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